Valor Econômico: Robot puts Uber on its feet of the forest

In 2020, on a flight between São Paulo and Boa Vista, Marcello Guimarães, owner of Mahogany Roraima, took an agenda and a pencil out of his bag and began to scribble a machine project that could automate the planting of African mahogany that he does on his farm near the capital of Roraima. What initially seemed like a simple idea to solve a problem of its own suddenly attracted the interest of giants in the pulp and paper sector, evolved into the construction of a new business, and, in July, will enter the Brazilian market as a solution to automate the planting of any tree, whether in commercial forests or forest restorations.

The first prototype was built by a Venezuelan immigrant working on his farm and with experience making agricultural machinery. After some tests and publications on social networks, Guimarães began to receive contacts from giants like Suzano and Eldorado. “Companies wanted to participate in the project,” he says.

Unlike other seedling planting machines, the one from Mahogany Roraima has a sliding track that allows the nozzle that inserts the seedling into the soil to remain stationary in the earth while the machine moves. This mechanism prevents the beak from “walking” through the soil, which, in other machines, tends to cause failures in the seedling’s attachment and require later manual adjustment. This difference should make your business “disruptive,” defends Guimarães. “I want to be the Uber of the forest,” he compares.

In its current format, the machine can still be used in any biome, “even in the desert,” he says. He believes the solution can also be used to plant pre-sprouted seedlings and sugar cane (“MPB”), which is still predominantly manual.

The solution was creative, but there needed to be someone to execute it. “I was just well-meaning,” he jokes. It was by chance that he received a call from his accountant, who revealed the existence of a small manufacturer of agricultural machinery and implements in the interior of São Paulo, Incomagri. By coincidence, the company from São Paulo already had a self-propelled machine, in which it would only be necessary to attach the nozzle and sliding mat mechanism designed on the plane.

Rapid development

The advantage of the partnership with Incomagri was the solution development speed. As all of the machine’s equipment already had approval from the manufacturers, the development process was more straightforward than it would have been with a prominent manufacturer, says Guimarães. The businessman opened a patent application for the equipment he developed, and today Incomagri is already dedicating one of its warehouses in Itapira (SP) to manufacture the seedling planter, nicknamed Forest.bot.

Guimarães financed the project’s development with Mahogany Roraima’s earnings from the sale of Forest Replacement Credits for cultivating African mahogany. To produce and market Forest.bot, he opened a new company, Autonomous Agro Machines, and last October, he granted 15% of the capital to Incomagri. At first, the machine will run on diesel, but the entrepreneur plans to develop electric and completely autonomous machines.

The company should already enter with an aggressive footprint in the market, with a value well below the competitors. A machine without intelligent suspension should cost R$ 2.98 million, while other planters already on sale cost more than R$ 4 million. According to Guimarães, the value was calculated to include the basic expense that pulp and paper companies have for replacing old machines. Thus, this cost does not need to be submitted for board approval.

Lack of workforce

The segment that should first seek a solution is the pulp and paper industry, complaining for years about the lack of labor to plant its pine and eucalyptus trees. Forest.bot tests are being carried out in some companies in the sector, such as Suzano and Eldorado. But Guimarães hopes that his invention can also act in ARR projects, which involve the planting of forests from scratch (afforestation), the restoration of recently deforested areas (reforestation), and the recovery of degraded soils (revegetation).

The businessman is excited about the potential of this activity, given the goals of the Paris Agreement and the Brazilian climate commitment, which includes the recovery of 12 million hectares of forest. In companies with training, the planting of 900 trees in half a hectare is usually done by nine workers within an hour. To recover the forest surroundings that were deforested, he estimates that it would be necessary to plant 7 billion trees, which would demand a much larger contingent of labor than what the forestry sector manages to keep in its ranks today. “The solution is to mechanize,” he defends.

The invention of Forest.bot is just Guimarães’ first step in providing services for reforestation. The entrepreneur, trained in information technology, is also working on software that gathers all possible information on forestry projects, from seeds to forest management, passing through data on planted species, application of water and fertilizer, registration of the mother of work, use of protective equipment and georeferencing.

He says that this platform connects landowners who want to carry out RR projects with those who want to finance them, guaranteeing an asset currently lacking in this market: transparency to ensure that the money invested is reforesting the planet. His plan is for the platform to complement Forest. Bot’s work, as the machines will be connected to the georeferencing system.

Valor Econômico: Robô põe de pé a Uber da floresta

O segmento que primeiro deve buscar a solução é o de papel e celulose, que reclama há anos da falta de mão de obra para o plantio de seus pinus e eucaliptos. Inclusive, os testes da Forest.bot estão sendo feitos em algumas empresas do setor, como Suzano e Eldorado. Mas Guimarães espera que sua invenção também possa atuar em projetos de ARR, que envolvem o plantio de florestas do zero (afforestation), a restauração de áreas recém-desmatadas (reforestation) e a recuperação de solos degradados (revegetation).

O empresário vê com animação o potencial dessa atividade, dadas as metas do Acordo de Paris e o compromisso climático brasileiro, que inclui a recuperação de 12 milhões de hectares de floresta. Em empresas com capacitação, o plantio de 900 árvores em meio hectare costuma ser feito por nove trabalhadores no intervalo de uma hora. Apenas para recuperar os entornos de floresta que foram desmatados, ele estima que seria necessário plantar 7 bilhões de árvores, o que demandaria um contingente de mão de obra muito maior do que o que o setor florestal consegue manter hoje em suas fileiras. “A solução é mecanizar”, defende.

A invenção do Forest.bot é apenas o primeiro passo de Guimarães nos negócios de prestação de serviços para o reflorestamento. O empresário, formado em tecnologia da informação, também está trabalhando em um software que reúna todas as informações possíveis de projetos florestais, da semente ao manejo da floresta, passando por dados de espécies plantadas, aplicação de água e adubo, registro da mãe de obra, de uso de equipamentos de proteção e georreferenciamento.

A ideia, conta ele, é que essa plataforma conecte proprietários de terras que querem realizar projetos de RR com quem quer financiar, garantindo um ativo em falta atualmente nesse mercado: a transparência para se garantir que o dinheiro aplicado está, de fato, reflorestando o planeta. Seu plano é que a plataforma complemente o trabalho do Forest.bo, já que as máquinas estarão conectadas ao sistema de georreferenciamento.

Desenvolvimento rápido

A vantagem da parceria com a Incomagri foi a velocidade de desenvolvimento da solução. Como todos os equipamentos da máquina já tinham a homologação dos fabricantes, o processo de desenvolvimento foi mais fácil do que teria sido com uma grande fabricante, diz Guimarães. O empresário abriu pedido de patente do equipamento que desenvolveu, e hoje a Incomagri já está dedicando um de seus galpões em Itapira (SP) para fabricar a plantadora de mudas, apelidada de Forest.bot.

Guimarães bancou o desenvolvimento do projeto com os ganhos da Mahogany Roraima na venda de Créditos de Reposição Florestal pelo cultivo de mogno africano. Para produzir e comercializar o Forest.bot, ele abriu uma nova empresa, a Autonomus Agro Machines, e em outubro passado concedeu 15% do capital para a Incomagri. A princípio, a máquina será movida a diesel, mas o empresário já planeja desenvolver máquinas elétricas e completamente autônomas.

A companhia já deve entrar com uma pegada agressiva no mercado, com um valor bem abaixo dos concorrentes. Uma máquina sem suspensão inteligente deve custar R$ 2,98 milhões, enquanto outras plantadoras já à venda custam mais de R$ 4 milhões. Segundo Guimarães, o valor foi calculado para que entre na despesa básica que as empresas de papel e celulose têm com a substituição de máquinas antigas. Assim, esse custo não precisa ser submetido a aprovações de conselhos.

Falta de mão de obra

Em 2020, em um voo entre São Paulo e Boa Vista, Marcello Guimarães, dono da Mahogany Roraima, tirou da bolsa uma agenda e um lápis e começou a rabiscar um projeto de máquina que pudesse automatizar o plantio de mogno africano que faz em sua fazenda perto da capital de Roraima. O que parecia inicialmente uma ideia simples para resolver um problema próprio de repente atraiu o interesse de gigantes do setor de papel e celulose, evoluiu para a construção de novo negócio e, em julho, entrará no mercado brasileiro como uma solução para automatizar o plantio de qualquer tipo de árvore, seja em florestas comerciais ou em restaurações florestais.

O primeiro protótipo foi construído por um imigrante venezuelano que estava trabalhando em sua fazenda e que tinha experiência com a construção de máquinas agrícolas. Após alguns testes e publicações em redes sociais, Guimarães começou a receber contatos de gigantes como Suzano e Eldorado. “As empresas queriam participar do projeto”, conta.

Diferentemente de outras máquinas de plantio de mudas, a da Mahogany Roraima tem uma esteira deslizante que permite que o bico que insere a muda no solo fique parado na terra enquanto a máquina anda. Esse mecanismo evita que o bico “ande” pelo solo, o que, em outras máquinas, costuma provocar falhas no pegamento da muda e exigir ajuste manual posterior. Essa diferença é o que deve tornar seu negócio “disruptivo”, defende Guimarães. “Quero ser o Uber da floresta”, compara.

No formato atual, a máquina ainda pode ser usada em qualquer bioma, “até no deserto”, diz. Ele avalia que a solução também poderá ser utilizada no plantio de mudas pré-brotadas e cana-de-açúcar (“MPB”), atividade que ainda é predominantemente manual.

A solução era criativa, mas faltava quem a executasse. “Eu era só bem-intencionado”, brinca. Foi por um acaso que ele recebeu uma ligação de seu contador, que revelou a existência de uma pequena fabricante de máquinas e implementos agrícolas no interior de São Paulo, a Incomagri. Por coincidência, a empresa paulista já tinha uma máquina auto propelida, em que só seria necessário acoplar o mecanismo de bico e esteira deslizante desenhado no avião.